Em São Paulo, a calçada da Avenida
Paulista foi eleita como um exemplo acessível e seguro, mesmo com algumas
partes quebradas. Foto: Priscila Zambotto
Nenhuma das 102 ruas de alta
circulação de pedestres em 12 capitais brasileiras analisadas em um estudo,
divulgado nesta quinta-feira (26) pelo portal Mobilize Brasil, tem uma situação
das calçadas considerada satisfatória. O resultado está no
levantamento Calçadas do Brasil, feito com o objetivo de
chamar a atenção da sociedade e autoridades para a necessidade de se cuidar das
áreas destinadas aos pedestres e, assim, garantir a mobilidade urbana a todos
os cidadãos.
As cidades analisadas foram
São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia,
Brasília, Salvador, Fortaleza, Natal, Recife e Manaus. O levantamento começou a
ser feito em fevereiro e é a primeira ação de uma campanha para convocar as
pessoas a denunciarem a má conservação das calçadas.
Uma das ferramentas da
campanha é o site www.mobilize.org.br,
que possui um espaço para que qualquer cidadão avalie as calçadas de sua
cidade, inclusive com fotografias. A ideia é reunir o maior número de
avaliações e criar um mapa que será entregue ao Ministério Público. “Vamos
montar esse mapa, fazer algumas caminhadas, preparar um documento e encaminhar
às autoridades pedindo resposta e ações com relação a esse assunto”, disse o
coordenador do levantamento, Marcos de Souza.
Em todas as vias foram
encontrados problemas como buracos, imperfeições do pavimento, remendos feitos
depois de serviços de concessionárias, faltas de rampa de acessibilidade,
degraus e obstáculos que impedem a passagem. Os locais foram indicados por
colaboradores que fotografaram a calçada e deram notas para os itens
irregularidades no piso, largura, degraus e obstáculos, rampas, iluminação e
sinalização, além do paisagismo.
“Quando falamos em
paisagismo, falamos de proteção ambiental, ter sombra, criar condições para que
as pessoas circulem de maneira agradável. Pode-se ter uma calçada perfeitamente
lisa e nivelada, o que já seria muito bom, mas se a calçada também tiver uma
proteção contra o sol, a caminhada será feita com muito mais tranquilidade”,
explicou.
Em São Paulo, a calçada da Avenida
Paulista foi eleita como um exemplo acessível e seguro, mesmo com
algumas partes quebradas, que na avaliação dos colaboradores não atrapalham a
mobilidade, devido à largura da calçada. Os problemas mais citados são falta de
manutenção e de um projeto integrado de paisagismo, que deixa trechos sem
árvores expondo o pedestre ao sol, além da falta de bancos.
No outro extremo aparece o Largo
13 de Maio, também em São Paulo, com destaque para calçadas
abarrotadas de lixo, desníveis, buracos, degraus e pouco espaço para o
trânsito, o que obriga as pessoas a andarem na rua.
De acordo com o levantamento,
onde há calçadões é mais fácil andar e há rampas de acessibilidade, mas em
outros locais faltam estes acessos ou eles estão mal conservados. Também como
exemplo negativo foi citada a Praça Pedro Aleixo, no bairro de
São Miguel Paulista, que tem a calçada perfeita, mas que possui o entorno em
péssimo estado, com obstáculos, faixa sem rampa e má conservação.
O levantamento destaca ainda
as calçadas no entorno da Central do Brasil, no Rio de
Janeiro, que são mal conservadas, cheias de camelôs que impedem a circulação
dos pedestres. Em Salvador, o Largo da Calçada foi citado como
ocupado por camelôs e tendo piso irregular, desnivelado, sem rampas e nem
sinalização.
Em Belo Horizonte, chama-se a
atenção para a Pampulha, que tem no seu entorno acesso ruim
para portadores de necessidades especiais, irregularidades no piso e iluminação
inadequada. Na Avenida Sete de Setembro, em Manaus, as
calçadas também são estreitas e ocupadas por vendedores. Em um dos principais
pontos turísticos de Natal, a Praia da Ponta Negra, as
calçadas em mosaico de pedras estão mal conservadas e em vários trechos há
obras de manutenção.
“As calçadas são o
instrumento básico de mobilidade em qualquer cidade. Elas são feitas
primordialmente para que possamos viver nelas. O ideal é que se possa sair e
caminhar sem pensar na calçada”. Souza destacou que é preciso prestar atenção
na situação das calçadas porque são comuns acidentes, alguns inclusive com
gravidade.
Obs: Esse texto é
importante até para nossa cidade, na forma de olhar com crítica a maneira que
as calçadas estão com condições muitas das vezes de não se poder andar com
tranquilidade. Hora é mato, hora são obras, quebradas, ou seja, até importante
pois há forma de denunciar essa deficiência urbana como vemos no texto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário